quarta-feira, 31 de julho de 2013

Mensagem do Papa Francisco no Brasil


“A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios”

“Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta”

“Peço licença para entrar e transcorrer esta semana com vocês. Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!”

“Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo”

“Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Paraíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição”

“A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: Mostrai-nos Jesus. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria”

“A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem. Não é deixando livre o uso das drogas, como se discute em várias partes da América Latina, que se conseguirá reduzir a difusão e a influência da dependência química. É necessário enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança no futuro.”

“Abraçar. Abraçar. Precisamos todos de aprender a abraçar quem passa necessidade, como São Francisco. Há tantas situações no Brasil e no mundo que reclamam atenção, cuidado, amor, como a luta contra a dependência química.”

“São tantos os mercadores de morte que seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo o custo! A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem.”

“Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio benefício. Também para vocês e para todas as pessoas repito: nunca desanimem, não percam a confiança, não deixem que se apague a esperança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo”

“Sei bem que quando alguém que precisa comer bate na sua porta, vocês sempre dão um jeito de compartilhar a comida: como diz o ditado, sempre se pode “colocar mais água no feijão”!”

“Queria lançar um apelo a todos os que possuem mais recursos, às autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: Não se cansem de trabalhar por um mundo mais justo e mais solidário! Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que ainda existem no mundo!”

“Vocês vêm de todos os continentes! Normalmente vocês estão distantes não somente do ponto de vista geográfico, mas também do ponto de vista existencial, cultural, social, humano. Mas hoje vocês estão aqui, ou melhor, hoje estamos aqui, juntos, unidos para partilhar a fé e a alegria do encontro com Cristo, de ser seus discípulos”

“Do Corcovado, o Cristo Redentor nos abraça e abençoa. Olhando para este mar, para a praia e todos vocês, me vem ao pensamento o momento em que Jesus chamou os primeiros discípulos a segui-lo nas margens do lago de Tiberíades”

“Hoje Jesus ainda pergunta: Você quer ser meu discípulo? Você quer ser meu amigo? Você quer ser testemunha do meu Evangelho? No coração do Ano da Fé, estas perguntas nos convidam a renovar nosso compromisso de cristãos. Suas famílias e comunidades locais transmitiram a vocês o grande dom da fé; Cristo cresceu em vocês”

“Sentimo-nos tentados a colocar a nós mesmos no centro, a crer que somos somente nós que construímos a nossa vida, ou que ela se encha de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder. Mas não é assim! É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas no fim das contas, são eles que nos possuem”

“Bote fé!’ O que significa? Quando se prepara um bom prato e vê que falta o sal, você então ‘bota’ o sal; falta o azeite, então ‘bota’ o azeite… ‘Botar’, ou seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens”

“Não tenham medo de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia! Bote Cristo: Ele lhe espera no encontro com a sua Carne na Eucaristia, Sacramento da sua presença, do seu sacrifício de amor, e na humanidade de tantos jovens que vão lhe enriquecer com a sua amizade”

“Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família”

“Desejaria que a minha passagem por esta cidade do Rio renovasse em todos o amor a Cristo e à Igreja, a alegria de estar unidos a Ele e de pertencer a Igreja e o compromisso de viver e testemunhar a fé”

“Uma belíssima expressão da fé do povo é a ‘Hora da Ave Maria’ [...] Lembra-nos de um acontecimento luminoso que transformou a história: a Encarnação, o Filho de Deus se fez homem em Jesus de Nazaré”

“Sentimo-nos tentados a colocar a nós mesmos no centro, a crer que somos somente nós que construímos a nossa vida, ou que ela se encha de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder. Mas não é assim! É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz, mas no fim das contas, são eles que nos possuem”

“Bote fé e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; bote esperança e todos os seus serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; bote amor e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você”

“Não tenham medo de pedir perdão a Deus. Ele nunca se cansa de nos perdoar, como um pai que nos ama. Deus é pura misericórdia! “

“Na cruz de cristo está o sofrimento, o pecado do homem, o nosso também, e Ele acolhe tudo com seus braços abertos, carrega nas suas costas as nossas cruzes e nos diz: Coragem! Você não está sozinho a levá-la! Eu a levo com você. Eu venci a morte e vim para lhe dar esperança, dar-lhe vida”

“Só em cristo morto e ressuscitado encontramos salvação e redenção. Com Ele, o mal, o sofrimento e a morte não têm a última palavra, porque Ele nos dá a esperança e a vida: transformou a cruz, de instrumento de ódio, de derrota, de morte, em sinal de amor, de vitória e de vida”

“Queridos jovens, levamos as nossas alegrias, os nossos sofrimentos, os nossos fracassos para a cruz de Cristo; encontraremos um coração aberto que nos compreende, perdoa, ama e pede para levar este mesmo amor para a nossa vida, para amar cada irmão e irmã com este mesmo amor”

“O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Que ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade: esta é a via a seguir”

“Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade”

“Será fundamental a contribuição das grandes tradições religiosas, que desempenham um papel fecundo de fermento da vida social e de animação da democracia. Favorável à pacífica convivência entre religiões diversas é a laicidade do Estado que, sem assumir como própria qualquer posição confessional, respeita e valoriza a presença do fator religioso na sociedade, favorecendo as suas expressões concretas”

“É nas favelas, nos cantegriles, nas villas miseria, que nós devemos ir procurar e servir a Cristo. Devemos ir até eles como o sacerdote se aproxima do altar, cheio de alegria. Jesus, Bom Pastor, é o nosso verdadeiro tesouro; procuremos fixar sempre mais n’Ele o nosso coração’”

“Jesus fez assim com os seus discípulos: não os manteve colados a si, como uma galinha com os seus pintinhos; Ele os enviou! Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho! Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher, mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar”

“Ajudemos os jovens a perceberem que ser discípulo missionário é uma consequência de ser batizado, é parte essencial do ser cristão, e que o primeiro lugar onde evangelizar é a própria casa, o ambiente de estudo ou de trabalho, a família e os amigos. Não poupemos forças na formação da juventude!”

“Pois bem, o que faz um jogador quando é convocado para jogar em um time? Deve treinar, e muito! Também é assim na nossa vida de discípulos do Senhor. São Paulo nos diz: ‘Todo atleta se privam de tudo. Eles assim procedem, para conseguirem uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível!’. Jesus nos oferece algo muito superior que a Copa do Mundo! Algo maior que a Copa do Mundo!”

“Vocês têm o futuro nas mãos. Por vocês, é que o futuro chegará. Peço que vocês também sejam protagonistas, superando a apatia e oferecendo uma resposta cristã às questões políticas que se colocam em diversas questões do mundo. Envolvam-se num mundo melhor. Não sejam covardes, metam-se, saiam para a vida. Jesus não ficou preso dentro de um casulo. Saiam às ruas como fez Jesus”

“Vocês são os atletas de Cristo! Vocês são os construtores de uma Igreja mais bela e de um mundo melhor. Elevemos o olhar para Nossa Senhora. Ela nos ajuda a seguir Jesus, nos dá o exemplo com o seu ‘sim’ a Deus”

“A experiência deste encontro não pode ficar trancafiada na vida de vocês ou no pequeno grupo da paróquia, do movimento, da comunidade de vocês. Seria como cortar o oxigênio a uma chama que arde. A fé é uma chama que se faz tanto mais viva quanto mais é partilhada, transmitida, para que todos possam conhecer, amar e professar que Jesus Cristo é o Senhor da vida e da história”

“É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo para todos os ambientes, até as periferias existenciais, incluindo quem parece mais distante, mais indiferente. O Senhor procura a todos, quer que todos sintam o calor da sua misericórdia e do seu amor.”

“Levar o Evangelho é levar a força de Deus, para extirpar e destruir o mal e a violência; para devastar e derrubar as barreiras do egoísmo, da intolerância e do ódio; para construir um mundo novo. Jesus Cristo conta com vocês! A Igreja conta com vocês! O Papa conta com vocês!”

“Queridos jovens, temos encontro marcado na próxima Jornada Mundial da Juventude, no ano de 2016 em Cracóvia, na Polônia. Pela intercessão materna de Maria, peçamos a luz do Espírito Santo sobre o caminho que nos levará a esta nova etapa da jubilosa celebração da fé e do amor de Cristo.”

“Nunca tenham medo de ser generosos com Cristo! Vale a pena! Sair e ir com coragem e generosidade, para que cada homem e cada mulher possa encontrar o Senhor.”

“Agradeço também a vocês, queridos jovens, por todas as alegrias que me deram nestes dias. Obrigado! Levo a vocês no meu coração!”

“Por isso, gosto de dizer que a posição do discípulo missionário não é uma posição de centro, mas de periferias: vive em tensão para as periferias… incluindo as da eternidade no encontro com Jesus Cristo. No anúncio evangélico, falar de ‘periferias existenciais’ descentraliza e, habitualmente, temos medo de sair do centro”

“A Igreja é instituição, mas, quando se erige em ‘centro’, se funcionaliza e, pouco a pouco, se transforma em uma ONG. Então, a Igreja pretende ter luz própria e deixa de ser aquele ‘mysterium lunae’ de que nos falavam os Santos Padres”

“A ‘mudança de estruturas’ (de caducas a novas) não é fruto de um estudo de organização do organograma funcional eclesiástico, de que resultaria uma reorganização estática, mas é consequência da dinâmica da missão. O que derruba as estruturas caducas, o que leva a mudar os corações dos cristãos é justamente a missionariedade. Daqui a importância da missão paradigmática”

“A vocês, que neste período responderam com tanta prontidão e generosidade ao chamado para ser voluntários na Jornada Mundial, queria dizer: sejam sempre generosos com Deus e com os demais. Não se perde nada, ao contrário, é a grande a riqueza da vida que se recebe”

“Há quem diga que hoje o casamento está ‘fora de moda’; na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é ‘curtir’ o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas ‘para sempre’, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço a vocês que sejam revolucionários, que vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem; que se rebelem”

“Queridos jovens, talvez alguns de vocês ainda não veja claramente o que fazer da sua vida. Peça isso ao Senhor; Ele lhe fará entender o caminho. Como fez o jovem Samuel, que ouviu dentro de si a voz insistente do Senhor que o chamava, e não entendia”




segunda-feira, 29 de julho de 2013

Resumo da JMJ 2013


A XXVIII Jornada Mundial da Juventude aconteceu de 23 a 28 de julho de 2013 no Rio de Janeiro, Brasil. Pela primeira vez, esse evento da Igreja Católica ocorreu em um país cuja língua portuguesa é majoritária, e pela segunda vez em um país da América do Sul - o primeiro encontro no subcontinente foi na Argentina em 1987.

A escolha da cidade brasileira foi feita pelo então Papa Bento XVI em 2011, no encerramento da Jornada Mundial da Juventude daquele ano. Com a renúncia do papa Bento XVI em fevereiro de 2013, o evento foi conduzido pelo seu sucessor, Papa Francisco. Foi o primeiro encontro do novo papa com a juventude católica e também o primeiro evento internacional do seu pontificado.

O tema da Jornada Mundial da Juventude de 2013 foi inspirado em um versículo do Evangelho de Mateus: Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações! (Mateus 28:19).

Os eventos finais da JMJ estavam previstos para ocorrer no Campo da Fé (Campus Fidei), em Guaratiba, bairro pobre e afastado na zona oeste carioca. Com mais de 1 milhão de metros quadrados, o terreno era originalmente uma área de proteção ambiental, onde havia um manguezal, portanto não poderia ser aterrada. O Ministério Público suspeita que o terreno, que tem como um dos proprietários o filho do empresário Jacob Barata, foi aterrado clandestinamente com entulho de obras e lixo hospitalar.

Apesar disso e da oposição do Conselho Municipal de Meio Ambiente, que alertara sobre a fragilidade e a presença de mangues, a área foi escolhida pelo Comitê Organizador Local para abrigar a vigília e a missa de encerramento da Jornada. Apenas em terraplanagem, o COL aplicou cerca de R$ 22 milhões.9 Mesmo sendo área de proteção ambiental, 334 árvores foram cortadas a mando dos organizadores locais. A Prefeitura do Rio gastou R$ 6 milhões na infraestrutura no entorno do campo.11 Até mesmo alguns moradores locais fizeram pequenos investimentos na expectativa da chegada dos cerca de 2 milhões de peregrinos.

Contudo, por causa das chuvas fortes que deixaram o Campo da Fé completamente alagado, os eventos finais da JMJ foram transferidos para Copacabana. O comitê local lamentou e justificou a transferência de Guaratiba para Copacabana.15 Após o fim da Jornada, o prefeito Eduardo Paes anunciou que a área seria desapropriada para se tornar um bairro popular.

Chegada do Papa ao Brasil

Às 8h45 CET (4h45 UTC-3) de 22 de julho de 2013, o avião trazendo o Papa Francisco decolou do Aeroporto de Fiumicino, em Roma, com destino ao Rio de Janeiro e pousou no Aeroporto do Galeão por volta das 15h40 UTC-3.

O papa foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff, por diversas autoridades governamentais e por representantes da Igreja Católica.

A cerimônia oficial de recepção aconteceu no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, para onde o papa se dirigiu em comitiva, em um carro comum. Durante o trajeto aconteceram alguns imprevistos, como uma interrupção do deslocamento da comitiva, motivada por congestionamento no trânsito. Com isso, o público presente nas ruas teve a oportunidade de se aproximar bastante do carro onde estava o papa Francisco, que fez questão de permanecer com os vidros abertos durante todo o percurso.
Antes de chegar ao Palácio Guanabara, o papa foi transferido do carro em que estava para o papamóvel.

Trechos do discurso do papa na cerimônia de recepção:
Senhora Presidenta,
Ilustres Autoridades, Irmãos e amigos!
Quis Deus na sua amorosa providência que a primeira viagem internacional do meu Pontificado me consentisse voltar à amada América Latina, precisamente ao Brasil, nação que se gloria de seus sólidos laços com a Sé Apostólica e dos profundos sentimentos de fé e amizade que sempre a uniram de modo singular ao Sucessor de Pedro. Dou graças a Deus pela sua benignidade.(...) Aprendi que para ter acesso ao Povo Brasileiro, é preciso ingressar pelo portal do seu imenso coração; por isso permitam-me que nesta hora eu possa bater delicadamente a esta porta.(...) Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!" — Papa Francisco

Primeiro dia (23 de julho)

A missa de abertura começou às 17h50, com os símbolos da JMJ, a Cruz e o Ícone Mariano, presentes no palco montado em Copacabana para a celebração. Teve início assim, a programação oficial da JMJ 2013.
A celebração foi presidida pelo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, que acolheu os jovens que chegaram ao Rio de Janeiro para participar da Jornada. Esta primeira atividade principal da Jornada foi a única que não teve a presença do Papa Francisco, que descansou da viagem e cerimônias do dia anterior e viajaria na manhã seguinte (24 de julho) para a cidade de Aparecida no Estado de São Paulo para celebrar uma missa na Basílica de Nossa Senhora Aparecida.

Ao iniciar a celebração, Dom Orani saudou o Papa Emérito Bento XVI que acompanhava a Jornada desde o Vaticano, reconhecendo que a Jornada era mesmo para ser presidida pelo primeiro papa latino-americano da história da Igreja. Alguns trechos da mensagem de Dom Orani aos jovens:
Queridos jovens!(...)Amado Povo de Deus!
Estamos iniciando a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013! Sejam todos bem-vindos! Esta cidade maravilhosa tornou-se ainda mais bela com a presença de vocês! Uma grande alegria nos invade: vocês estão aqui! (...) Somos chamados a ser protagonistas de um mundo novo! O mundo precisa de jovens como vocês.(...) Queridos jovens, nossa Arquidiocese sentiu-se chamada por Deus para acolher vocês. Todos nós respondemos assim como Samuel, Paulo e Mateus: Eis-nos aqui! Aqui estamos! (...) Que possamos ser arautos da paz e da concórdia.(...) É tempo é de despertar confiança e esperança que se transformem em atitudes para um amanhã de luz. (...) Hoje, ao iniciarmos a Jornada, o Cristo Redentor nos diz “Venham, meus amigos!” Durante a Jornada aprenderemos a dizer “Fala, Senhor, que teu servo escuta”! E ouviremos cada vez mais o Senhor a nos dizer: “Sejam missionários”. “Ide e fazei discípulos entre as nações”! E todos nós responderemos: “Eis-nos aqui, Senhor, envia-nos!” ” — Dom Orani João Tempesta,

Segundo dia (24 de julho)

Visita do Papa ao Santuário Nacional de Aparecida

Na manhã do dia 24 de julho, o Papa Francisco viajou até a cidade de Aparecida, São Paulo, para visitar o Santuário Nacional de Aparecida. Esta visita não integrava a programação oficial da Jornada, tendo sido um desejo pessoal do papa.

Em maio de 2007, ele já havia estado em Aparecida como Cardeal, presidente da Conferência Episcopal de Buenos Aires, por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe.
Por volta de 10h10, o helicóptero trazendo o Papa pousou próximo à Basílica. Em seguida, seguiu de papamóvel até a entrada do Santuário, saudado pelas 200 mil pessoas que o aguardavam para a celebração, que teve início às 10h30.

Na homilia de sua primeira missa no Brasil, que foi celebrada em português, o papa se dirigiu principalmente aos jovens, com mensagens de esperança e alegria:

Eminentíssimo Senhor Cardeal,
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio,
Queridos irmãos e irmãs!
Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida.(...) Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.(...) gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.(...) Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações!(...) É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer.(...) Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba (sic), encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe?(...) Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: "Fazei o que Ele vos disser" (João 2:5). Sim, Mãe, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.” — Papa Francisco

Depois da missa, o papa almoçou e, por volta de 15h45, seguiu de volta ao Rio de Janeiro para dar continuidade aos seus compromissos na JMJ.

Visita ao Hospital São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro

Por volta de 16h20, o Papa Francisco chegou ao "Hospital São Francisco de Assis na Providência de Deus", no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro para a inauguração de uma nova unidade denominada "Polo de Atenção Integrada à Saúde Mental - PAI", um centro de recuperação de dependentes químicos.

O Papa foi recebido por Dom Orani Tempesta e outras autoridades civis e religiosas.

Depois de ouvir os testemunhos de dois jovens em recuperação e o pronunciamento do coordenador do projeto, um frei franciscano, o Papa fez seu discurso, voltado para o amor ao próximo, pelos exemplos de São Francisco, para a fé na recuperação daqueles jovens, se referindo em alguns trechos à sua primeira encíclica Lumen Fidei, capítulo IV, item 57 ("Uma força consoladora no sofrimento")
Deus quis que meus passos, depois do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, se dirigissem para um particular santuário do sofrimento humano, que é o Hospital São Francisco de Assis.(...) É bem conhecida a conversão do Santo Patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades do mundo para fazer-se pobre no meio dos pobres.(...) quando (São Francisco) abraçou um leproso. Aquele irmão sofredor foi "mediador de luz para São Francisco de Assis" (Lumen Fidei, 57), porque, em cada irmão e irmã em dificuldade, nós abraçamos a carne sofredora de Cristo. Hoje, neste lugar de luta contra a dependência química, quero abraçar a cada um e cada uma de vocês - vocês que são a carne de Cristo.(...) A chaga do tráfico de drogas, que favorece a violência e que semeia a dor e a morte, exige da inteira sociedade um ato de coragem(...) somente abraçar não é suficiente, mas que “é necessário estender a mão a quem vive em dificuldade, a quem caiu na escuridão da dependência(...) Obrigado a todo pessoal do serviço médico e auxiliar aqui empenhado! O serviço de vocês é precioso! Realizem-no sempre com amor; é um serviço feito a Cristo presente nos irmãos: "Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos,foi a mim que o fizestes" (Mateus 25:40) (...) quero repetir a todos vocês que lutam contra a dependência química, a vocês familiares que têm uma tarefa que nem sempre é fácil(...) O Senhor está ao lado de vocês e lhes conduz pela mão.(...) confiem também no amor materno de Maria, sua Mãe. Esta manhã, no Santuário da Aparecida, confiei cada um de vocês ao seu coração. Onde tivermos uma cruz para carregar, ao nosso lado sempre está Ela, nossa Mãe. Deixo-lhes em suas mãos, enquanto, afetuosamente, a todos abençoo. Obrigado!” — Papa Francisco

Terceiro dia (25 de julho)

O Papa Francisco visitou uma comunidade da zona norte do Rio de Janeiro, teve encontro com peregrinos argentinos na Catedral Metropolitana da cidade e foi à Copacabana saudar os participantes da Jornada Mundial da Juventude e participou da Festa da Acolhida.

Quarto dia (26 de julho)

 No dia da Via-Sacra, uma multidão de fiéis espremeu-se nas grades de isolamento do corredor onde aconteceria este ato central da Jornada nesta sexta-feira, 26.

Em retribuição, o Papa pegou crianças no colo, acenou e sorriu para o público, que gritava sem parar: “Esta é a juventude do Papa!” Num dado momento, o Sumo Pontífice desceu do papamóvel e foi cercado por voluntários e pela imprensa presente. Eram câmeras, flashs, pessoas de todos os lados sendo contidas pela segurança da Força Nacional, Polícia Militar e agentes da escolta da Santidade católica.

O choro de alegria não foi segurado por muitos, que nem sequer acreditavam estar diante do representante da Igreja de Cristo. O voluntário Marcos Felipe de S. Correa, 19, vindo do Paraná, descreve o que sentiu, enquanto via Francisco cruzar a Avenida Atlântica. “A minha vontade era sair correndo e dar um abraço! Mas um dia ainda vou vê-lo de perto e dar esse abraço, podem contar!”, exclamou o jovem para os companheiros que serviam com ele no cordão de isolamento.

A fluminense de Niterói, Carla Balthazar, 40, afirma que todo esforço nos dois anos em preparação pra a JMJ Rio2013 valeu à pena. Ela que não estava escalada para atuar no cordão de isolamento e foi convidada devido à necessidade, conta que “não tem preço, estar vivendo a Jornada!”

Quinto dia (27 da julho)

Na última noite da Jornada Mundial da Juventude, neste sábado, 27, o papa Francisco fez um discurso repleto de expressões informais, referências ao futebol e às manifestações. Na cerimônia para a vigília da Jornada Mundial da Juventude, papa pediu que os jovens não se submetam a modismos.

Papa falou sobre a importância da 'responsabilidade social' a autoridades, empresários e representantes da sociedade civil, em encontro no Theatro Municipal do Rio. Papa foi de papamóvel até a Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro para celebrar missa para os religiosos.

O papa voltou a insistir para a importância de a Igreja atuar entre os mais pobres, de chegar às periferias. Papa Francisco falou sobre a formação de jovens missionários e destaca que os religiosos têm papel fundamental em fazer com que se interessem pela vida religiosa.

Papa Francisco celebrou uma missa para os cardeais e arcebispos que acompanham a Jornada Mundial da Juventude. Acesso ao templo foi liberado a padres e freiras credenciados até as 8h, mas muitos não conseguiram entrar. É nas favelas, nas Villas miserias (equivalente às favelas na Argentina), que nós devemos ir procurar e servir a Cristo', disse o papa.

Papa Francisco pediu a bispos e sacerdotes que deixem suas paróquias e ganhem as periferias para pregar e levar a mensagem da Igreja. Pontífice apontou ainda o 'diálogo construtivo' como caminho para solução dos protestos. Papa destacou aspectos para 'enfrentar o futuro': a originalidade de uma tradição cultural; a responsabilidade solidária para construir o futuro; e o diálogo construtivo para encarar o presente.

Após defender a valorização da cultura brasileira, mais uma vez Francisco afirmou que se deve combater 'elitismos' e erradicara pobreza.

Último dia (28 de julho)

Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude acabam de divulgar uma nova estimativa: 3,5 milhões de pessoas estiveram neste domingo (28) em Copacabana.

Copacabana, a casa de praia do Papa. Dele e de uma multidão de vizinhos.

Muitos se chamam Francisco também. Como um peregrino de Pernambuco, de sorrisão simpático, mais conhecido como Chico.

Copacabana,  acostumada  a grandes eventos, viveu um caso de amor com os peregrinos.

“Vou sentir saudades desses dias todos”, afirma uma mulher.

Com calma, os jovens suportaram filas de até duas horas para ir ao banheiro. Essa foi a principal reclamação. Um problema que a generosidade de um Francisco ajudou a resolver.

Vários prédios de Copacabana abriram os banheiros pela manhã, em um gesto de solidariedade com quem passou a noite na praia.

Uma jovem paulista que já foi a quatro jornadas pelo mundo aprovou o Rio: “Quem está acostumado a ir a Jornada sabe o que é Jornada. Perto das outras Jornadas está excelente”, diz a publicitária Andréia Flores
Na hora da missa, rios de gente se formavam em direção à praia. O Rio de Janeiro recebeu dois milhões de turistas durante a Jornada. Números oficiais do Ministério do Turismo indicam que essa foi a maior movimentação de visitantes em uma única cidade do país até hoje.

E a melhor recordação que levam do Brasil? A resposta é sempre parecida. Os brasileiros são muito legais. 
Vieram bandeiras que não costumam desfilar a toda hora por Copacabana. Um jovem disse que a Jornada é especial para os iraquianos, porque todos se consideram sobreviventes e precisam de uma dose extra de fé.

A emoção dos jovens molha as areias. O silêncio absoluto de milhões de pessoas é um espetáculo que vai além da fé. Lençóis brancos aparecem nas janelas de um hotel e a multidão responde.

É hora de dizer adeus. Foi uma semana intensa, em que o ritmo foi ditado pela juventude de um homem de 76 anos.

Na saída, mesmo quem teve que enfrentar filas não perdeu a paciência. Metrô, trens e ônibus funcionaram 24h e os fiéis voltaram tranquilamente.

“As pessoas vão calmas, em paz, é uma bênção mesmo”, diz uma mulher.

O prefeito Eduardo Paes disse que o balanço oficial só vai ser divulgado nesta segunda, mas fez uma avaliação positiva: “Eu assumo as responsabilidades. O evento é na cidade do Rio de Janeiro, portanto meu papel é permitir que essas coisas aconteçam. Repito que perdemos as primeiras batalhas, mas ganhamos guerra. Hoje, digo tranquilamente que está mais perto de dez do que de zero.

Poloneses ficaram até mais tarde fazendo festa nas areias. A jornada rumo a Cracóvia já começou.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A SEGURANÇA DA PARTILHA VENCE A MURMURAÇÃO PROVOCADA PELA FOME

Vivências da caminhada do povo de hoje

Faltou comida no deserto. Muita murmuração (Ex 16,2). Desta vez, a murmuração é contra o próprio Deus, pois o povo prefere o lugar da escravidão e da morte ao projeto de vida de Deus, que é a libertação voltada para a vida. Diante das dificuldades, a grande tentação é trair o projeto de libertação vendendo "a preço de banana" a liberdade conquistada. Deus enviou o maná, todos os dias. Teve gente que tentava acumular mais do que precisava, mas não conseguia (Ex 16,16.20). E a quem pegava menos, não faltava (Ex 16,18). Se hoje a TV anunciasse: “Na semana que vem vai faltar café e açúcar”, o que iria acontecer? Todo mundo iria comprar café e açúcar nos supermercados. Iríamos acumular para poder atravessar o tempo da falta. No Egito o sistema do faraó estava baseado no acúmulo. Por exemplo, José, o vice-governador do Egito, soube aproveitar a falta de alimentos para acumular para o faraó toda a riqueza do povo do Egito (Gn 47,13-26). A tendência de acumular parece inata em nós, porque o acúmulo nos dá segurança. Primeiro, pensamos em nós mesmos, e só depois nos outros. E esta tendência cresce quando sentimos falta de algo ou quando a fome aperta.


Vivências. da caminhada do povo da Bíblia

A história do maná é muito conhecida. Mas muitas vezes passa despercebido a mensagem principal desta história do maná. Deus diz que o maná vai ser dado “para que eu o experimente e veja se o povo observe a minha lei, sim ou não!” (Ex 16,4). A história do Maná é, antes de tudo, um teste. Note-se que a colheita do maná deve obedecer a uma distribuição igualitária: todos tem o mesmo direito aos bens, de tal modo que não  faltem e não sobrem para ninguém. Em vista disso, é proibido acumular qualquer excedente, que produziria o senso de posse e desigualdade. O sábado marca a passagem de uma vida escrava para uma vida livre: todos têm direito ao descanso, e o dia de Deus é o dia em que o homem se refaz dentro do projeto da liberdade e da vida. Na véspera do sábado, todos podem recolher quantidade dupla da manhã, pois o povo tem dirito de comer também no dia do descanso.

Reflexão para enxergar melhor

Além de sede, o povo também passou fome ao longo da travessia pelo deserto. Essa fome lhe trazia saudades do tempo da escravidão no Egito, onde, apesar da dureza dos trabalhos forçados, havia pão e carne em abundância. Por isso, começaram a murmurar contra Moisés (Ex 16,2-3). Deus promete fornecer o alimento necessário para a travessia, mas sob uma condição muito importante: o povo deve aprender a vencer a tentação de acumular. Aqui está o ponto chave de toda a espiritualidade bíblica: não acumular, mas saber partilhar e contentar-se com o necessário para cada dia. Tudo o mais é supérfluo. Eles devem colocar sua segurança não no acúmulo nem no dinheiro, mas na partilha, pois, como dirá Jesus, “vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13). Sabendo partilhar e sabendo organizar a partilha, haverá comida para todos. Se no Brasil houvesse partilha, não haveria fome, e sobraria comida para todo o resto da América Latina.
No tempo de Jesus, lá na Galiléia, por causa do acúmulo das terras na mão de poucos (latifúndio) e também por causa da repressão romana, o povo passava por muitas necessidades e procurava garantir a sobrevivência acumulando coisas. Muitos viviam preocupados com comida e agasalho, querendo garantir o dia de amanhã. Jesus mandava olhar os passarinhos e as flores do campo. Eles não trabalham e Deus cuida deles. Jesus ensina que o povo não deve ficar preocupado com o dia de amanhã (Mt 6,25-34). E conclui: “Procurem primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todo o resto vos será dado por acréscimo” (Mt 6,33). Procurar o Reino de Deus e a sua justiça é o mesmo que praticar e organizar bem a partilha, para que não falte nada a ninguém. A multiplicação dos pães, narrada seis vezes nos quatro evangelhos (Mt 14,15-21; 15,32-39; Mc 6,34-44; 8,1-9; Lc 9,12-17; Jo 6,1-13), acentua a importância da partilha. Jesus não multiplica qualquer pão. Ele só multiplicou os cinco pães que foram partilhados e oferecidos a ele. A celebração da eucaristia celebra o pão partilhado e denuncia a comunidade que não pratica a partilha (1Cor 11,17-34).
Os primeiros cristãos souberam praticar este ensinamento. E até hoje cantamos: “Os cristãos tinham tudo em comum, dividiam seus bens com alegria. Deus espera que os dons de cada um se repassem com amor no dia a dia” (cf. At 2,44-45; 4,32-35). Era a vontade de viver mais profundamente a lei de Deus, a Boa Nova da lei do amor, que levou Barnabé a dividir e partilhar uma pequena roça (At 4,36-37). Foi a vontade de se promover a si mesmo a custa da comunidade que levou Ananias e Safira a enganar os irmãos. Os dois morreram para a vida comunitária (At 5,1-11). Jesus só multiplica o pão que for partilhado.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ide e fazei discípulos entre todas as nações!


“A Jornada Mundial da Juventude em Madrid renovou nos jovens o chamado a serem o fermento que faz a massa crescer, levando ao mundo a esperança que nasce da fé. Sede generosos ao dar um testemunho de vida cristã, especialmente em vista da próxima Jornada no Rio de Janeiro”.
Essa convocação foi feita pelo Papa Bento XVI no anúncio do lema da Jornada Mundial da Juventude Rio2013: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19), durante a audiência geral no dia 24 de agosto.
Na ocasião a catequese foi dedicada a JMJ 2011, que havia terminado no dia 21 do mesmo mês. Bento XVI recordou com carinho a participação e a alegria dos cerca de dois milhões de jovens em Madrid, ao que ele chamou de “uma formidável experiência de fraternidade, de encontro com o Senhor, de partilha e de crescimento na fé: uma verdadeira cascata de luz.”.
Por isso é tão importante que os jovens do Brasil e do mundo assumam desde agora esse chamado à missão e participem da Jornada como testemunhas vivas do Cristo.
Para o padre Geraldo Dondici Vieira, diretor do Departamento de Teologia da PUC-Rio, esse é um lema para ser guardado no coração, refletido e meditado. “Esse tema, de fazer discípulos, de chamar outros discípulos para a comunhão e o convívio com o Senhor, é o tema mais querido do Evangelho de Mateus. Esse mandato, essa missão já está anunciada em todo o Evangelho. E, na verdade, só faz discípulo quem já é discípulo, quem convive com o Senhor”, afirmou o sacerdote.

Padre Dondici ressalta que esse testemunho e o próprio anúncio do Cristo, são grandes desafios pra juventude, que vive em um mundo plural, com milhares de informações, seja através das escolas, lazer, internet, especialmente no contato com as redes sociais, como o facebook, twitter: “Com essas mil participações, ele, jovem discípulo, é chamado a plantar no coração de quem ele encontrar, com quem ele se comunicar, o desejo de ser discípulo de Jesus”.

“O que ganha o discípulo de Jesus? Ganha a pertença ao reino, ganha a certeza do amor de Deus, ganha a certeza de ser para os outros sinal de misericórdia e de amor. Ganha o levar e doar a paz do Senhor. São esses frutos e dons que o mundo muito precisa. O perdão, a misericórdia, a paz é que irão diminuir na sociedade, no mundo de hoje, a violência, a guerra, a corrupção, a maldade, tudo aquilo que tira a possibilidade do jovem crescer e colocar toda a sua riqueza e vitalidade a serviço da humanidade”, afirmou.”

A alma que ama a Deus nunca está saciada, embora falar de Deus seja tanto mais audacioso quanto o nosso espírito se encontra muito longe de tão alta tarefa; [...] e, quanto mais avançamos no conhecimento de Deus, tanto mais sentimos a sua impotência. Assim foi com Abraão, assim com Moisés, que, quando puderam ver a Deus, pelo menos do modo como tal visão é concedida aos homens, tanto um como o outro se faziam o mais pequeno de todos: Abraão considerava-se «cinza epó» (Gn 18,27) e Moisés dizia de si próprio que tinha «a boca e a língua pesadas» (Ex 4,10), comprovando a fraqueza das suas palavras em traduzir a imensidão d'Aquele que a sua alma experimentava, já que não falamos de Deus tal como Ele é, mas como somos capazes de O alcançar.
Quanto a ti, se quiseres dizer ou escutar seja o que for de Deus, abandona a tua corporalidade, repudia os teus sentidos [...], eleva a tua alma acima de tudo o que foi criado e contempla a natureza divina: encontrá-la-ás imutável, indivisa, a luz inacessível, a glória resplandecente, a bondade almejada, a beleza inigualável que fere a alma sem que ela possa explicá-La.
Assim encontrarás o Pai, o Filho e o Espírito Santo. [...] O Pai como princípio de tudo, causa do ser de tudo quanto existe e raiz de todos os seres vivos; d'Ele corre a Fonte da vida, a Sabedoria e o Poder (1Cor 1,24), a Imagem perfeita e fiel do Deus invisível (Heb 1,3): o Filho gerado do Pai, o Verbo eterno que é Deus e voltado para Deus (Jo 1,1). Por este nome de Filho temos a certeza de que Ele partilha a mesma natureza, uma vez que não foi criado por uma ordem, mas brilha sem cessar a partir da Sua substância, unido ao Pai desde toda a eternidade, igual a Ele em bondade, igual em poder, compartilhando da Sua glória. [...] E quando a nossa inteligência for purificada das paixões terrenas e puser de lado toda e qualquer criatura sensível, qual peixe que emerge das profundezas até à superfície entregue à pureza da sua criação, então contemplará o Espírito Santo onde estão o Filho e o Pai. Este Espírito, sendo da mesma essência segundo a Sua natureza, possui também todos os bens: a bondade, a retidão, a santidade e a vida. [...] E, tal como queimar é próprio do fogo e alumiar da luz, também do Espírito Santo são próprias à bondade e a retidão, e não Lhe pode ser tirada a capacidade de santificar ou fazer viver.
Doravante, Jesus é a única autoridade entre Deus e os homens. Ele dá apenas uma ordem àqueles que o seguem: fazer com que todos os povos se tornem discípulos. Todos são chamados a participar de uma nova comunidade (batismo), que se compromete a viver de acordo com o que Jesus ensinou: praticar a justiça em favor dos podres e marginalizados.
No mandato final do texto de Mateus – “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” –, explicou o padre Dondici, está um grande sonho antropológico de todos, de que o contato com o Senhor, a amizade com Ele, desperte o que cada um tem de melhor em si mesmo.


“Vivemos em um mundo onde há muitos desperdícios, perdas humanas, por falta de chance. O convívio com o Senhor desperta o que temos de melhor. O anúncio ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações’ é um anúncio para a vida toda. Em nenhum momento podemos fazer um intervalo dele, porque ele supõe que aquele que é amigo do Senhor, pela sua vida, pelo seu estar no mundo, comunique aos outros a luz, a beleza e a alegria de ser discípulo do Senhor. Essa é a missão que a nossa Igreja precisa.


sábado, 20 de julho de 2013

Como você pode encontrar a religião verdadeira?

  • Será que todas as religiões agradam a Deus ou agrada-lhe apenas uma? 
  • Por que há tantas religiões que afirmam ser cristãs? 
  • Como se pode identificar os verdadeiros cristãos? 


Jesus instituiu uma só religião cristã verdadeira. De modo que hoje deve haver apenas um só corpo, ou grupo, de verdadeiros adoradores de Jeová Deus. (João 4:23, 24; Efésios 4:4, 5) A Bíblia ensina que somente poucos seguem a estrada apertada que conduz à vida. — Mateus 7:13, 14.


A Bíblia predisse que, após a morte dos apóstolos, aos poucos se introduziriam na congregação cristã ensinos errados e práticas não-cristãs. Homens desviariam crentes para seguir a eles, em vez de a Cristo. (Mateus 7:15, 21-23; Atos 20:29, 30) Este é o motivo de vermos tantas religiões diferentes, que afirmam ser cristãs. Como podemos identificar os verdadeiros cristãos?


O que mais destaca os verdadeiros cristãos é que têm verdadeiro amor entre si. (João 13:34, 35) Não são ensinados a achar que são melhores do que as pessoas de outra raça ou cor. Tampouco são ensinados a odiar as pessoas de outros países. (Atos 10:34, 35) Por isso, não participam em guerras. Os verdadeiros cristãos tratam uns aos outros como irmãos e irmãs. — 1 João 4:20, 21.





Os verdadeiros cristãos têm amor entre si, respeitam a Bíblia e pregam o Reino de Deus



Outra particularidade da religião verdadeira é que seus membros têm um profundo respeito pela Bíblia. Aceitam-na como a Palavra de Deus e crêem no que ela diz. (João 17:17; 2 Timóteo 3:16, 17) Consideram a Palavra de Deus mais importante do que idéias ou costumes humanos. (Mateus 15:1-3, 7-9) Procuram levar a sua vida guiados pela Bíblia. Assim, não pregam uma coisa ao passo que praticam outra. — Tito 1:15, 16.


A religião verdadeira também precisa honrar o nome de Deus.(Mateus 6:9) Jesus tornou conhecido a outros o nome de Deus, Jeová. Os verdadeiros cristãos precisam fazer o mesmo. (João 17:6, 26;Romanos 10:13, 14) Quem, na sua localidade, fala aos outros sobre o nome de Deus?


Os verdadeiros cristãos têm de pregar o Reino de Deus. Jesus fazia isso. Ele sempre falava sobre o Reino. (Lucas 8:1) Mandou que seus discípulos pregassem esta mesma mensagem em toda a Terra. (Mateus 24:14; 28:19, 20) Os verdadeiros cristãos crêem que somente o Reino de Deus trará verdadeira paz e segurança nesta Terra. —Salmo 146:3-5.


Os discípulos de Jesus não devem fazer parte deste mundo iníquo.(João 17:16) Não se envolvem nos assuntos políticos, nem nas controvérsias sociais do mundo. Evitam a conduta, as práticas e as atitudes prejudiciais tão comuns neste mundo. (Tiago 1:27; 4:4) Pode você identificar na sua localidade o grupo religioso que tem estes sinais identificadores, que destacam o verdadeiro cristianismo?









































sexta-feira, 19 de julho de 2013

A JMJ e o Papa Francisco


Uma igreja simples, próxima dos pobres e do Evangelho são as armas do papa Francisco para tentar frear a perda de fiéis para as igrejas evangélicas no Brasil, onde realizará sua primeira viagem internacional. O ex-arcebispo de Buenos Aires, argentino e filho de imigrantes italianos, chega na segunda-feira (22/7) ao país com o maior número de católicos do mundo (123 milhões), mas onde o número de evangélicos tem crescido fortemente nos últimos 30 anos.
A viagem do papa Francisco não busca fazer proselitismo, mas o desejo de aproximar os fiéis do Evangelho e de dar destaque ao lado social da Igreja pode diminuir a tendência segundo a qual o catolicismo brasileiro funciona como um "doador universal" paras outras famílias cristãs, especialmente as neo-pentecostais, dizem os especialistas.
"Limitar o crescimento evangélico não é seu objetivo (...) Francisco é um pastor, um Papa mais humilde (...) que recupera uma Igreja coerente com os valores fundamentais do Evangelho" e que se opõe "à Igreja do esplendor, da doutrina portadora da verdade" das últimas décadas, declarou à AFP Faustino Teixeira, professor de Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (sudeste) .
Os evangélicos, por sua vez, não param de aumentar, apoiados por seus programas de televisão, rádio, redes sociais e inúmeros templos espalhados pelo país. Eles passaram de 5,2% em 1970 para 22,2% em 2010, totalizando 42,3 milhões de seguidores.
O discurso do papa se opõe diretamente ao dos evangélicos, ressalta Rocha. "O discurso evangélico está ligado aos resultados, à riqueza, ao sucesso, à igreja do bem-estar", enquanto o Papa defende os ensinamentos de São Francisco de Assis, o santo do século XIII que dedicou sua vida aos pobres, diz ele.

Além disso, as reivindicações atuais da juventude brasileira, que foi às ruas para exigir melhores serviços públicos e criticar a corrupção, "estão em harmonia com o discurso do Papa, que aqui se sente em casa", ressalta o historiador.

Milhões de brasileiros se dizem católicos, mas não são praticantes ou vão à missa ao mesmo tempo em que participam de sessões espíritas ou de Candomblé. Este sincretismo é tolerado pela Igreja Católica, que não quer perder mais fiéis. O censo de 2010 mostra que a diminuição do número de católicos é particularmente forte entre aqueles com menos de 30 anos.

Pedro Ribeiro de Oliveira, professor de Ciências da Religião da Universidade Católica de Minas Gerais, afirma que isso ocorre porque "nos últimos 30 anos, a Igreja Católica tornou-se muito clerical, muito centralizada, uma igreja de padres onde os laicos não têm voz".

"Em vez de modernizar, a liturgia tem andado para trás, então é difícil ir à missa aos domingos" e os paroquianos estão ficando cada vez mais velhos, diz. Pedro Ribeiro acredita que o catolicismo não conseguirá reverter a tendência de perda de fiéis, "mas pode ganhar forças se Francisco conseguir impulsionar as organizações de base da Igreja, as pastorais sociais e da juventude".
O papa Francisco publicou hoje (19) uma mensagem por intermédio da sua conta na rede social Twitter (@pontifex) lembrando que faltam apenas três dias para ele chegar ao Brasil. Francisco desembarca no Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na segunda-feira (22). Ele fica no país até o dia 29. Na mensagem, o papa dá boas-vindas aos que já estão no Rio.
"Jovens amigos, tantos de vocês já chegaram ao Rio e muitos outros estão chegando nestas horas. Nos vemos aí em três dias”, disse Francisco, na sua conta no Twitter. “Neste Ano da Fé [lema da JMJ], não nos esqueçamos de que a fé não deve ser guardada, mas compartilhada. Todo cristão tem de ser um apóstolo”. O papa disse ainda pelo Twitter que, “na vida cristã, são essenciais a oração, a humildade e o amor a todos. Esse é o caminho".
O antecessor de Francisco, papa Bento XVI foi o primeiro pontífice a ter conta no Twitter. Ele enviou sua primeira mensagem em 12 de dezembro de 2012. Há mensagens em nove idiomas espanhol, inglês, português, italiano, francês, alemão, latim, polonês e árabe.








quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Reino dos céus é dos pequeninos


Após o “discurso da missão” e o envio dos discípulos ao mundo para continuarem a obra libertadora de Jesus, Mateus coloca no seu esquema de Evangelho uma secção sobre as reações e as atitudes que as várias pessoas e grupos tomam frente a Jesus e à sua proposta de “Reino”.

Nos versículos anteriores ao texto que nos é hoje proposto, Jesus havia dirigido uma veemente crítica aos habitantes de algumas cidades situadas à volta do lago de Tiberíades, porque foram testemunhas da sua proposta de salvação e mantiveram-se indiferentes. Estavam demasiado cheios de si próprios, instalados nas suas certezas, calcificados nos seus preconceitos e não aceitavam questionar-se, a fim de abrir o coração à novidade de Deus.

Agora, Jesus manifesta-se convicto de que essa proposta rejeitada pelos habitantes das cidades do lago, encontrará acolhimento entre os pobres e marginalizados, desiludidos com a religião “oficial” e que anseiam pela libertação que Deus tem para lhes oferecer.

Hoje estamos diante de duas “sentenças” que, provavelmente, foram pronunciados em ambientes diversos deste que Mateus nos apresenta.

A primeira sentença é uma oração de louvor que Jesus dirige ao Pai, porque Ele escondeu estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelou aos pequeninos. Os “sábios e inteligentes” são certamente esses “fariseus” e “doutores da Lei”, que absolutizavam a Lei, que se consideravam justos e dignos de salvação porque cumpriam escrupulosamente a Lei, que não estavam dispostos a deixar pôr em causa esse sistema religioso em que se tinham instalado e que – na sua perspectiva – lhes garantia automaticamente a salvação. Os “pequeninos” são os discípulos, os primeiros a responder positivamente à oferta do “Reino”; e são também esses pobres e marginalizados, ou seja, os doentes, os publicanos, as mulheres de má vida, o “povo da terra” que Jesus encontrava todos os dias pelos caminhos da Galiléia, considerados malditos pela Lei, mas que acolhiam, com alegria e entusiasmo, a proposta libertadora de Jesus.

A segunda sentença relaciona-se com a anterior e explica o que é que foi escondido aos “sábios e inteligentes” e revelado aos “pequeninos”. Trata-se, duma “experiência profunda e íntima” de Deus. Os “sábios e inteligentes” estavam convencidos de que o conhecimento da Lei lhes dava o conhecimento de Deus. A Lei era uma espécie de “linha direta” para Deus, através da qual eles ficavam a conhecer Deus, a sua vontade, os seus projetos para o mundo a para os homens; por isso, apresentavam-se como detentores da verdade, representantes legítimos de Deus, capazes de interpretar a vontade e os planos divinos.

Jesus deixa claro que quem quiser fazer uma experiência profunda e íntima de Deus tem de aceitar Jesus e segui-l’O. Ele é “o Filho” e só Ele tem uma experiência profunda de intimidade e de comunhão com o Pai. Quem rejeitar Jesus não poderá “conhecer” Deus: quando muito, encontrará imagens distorcidas de Deus e aplicá-las-á depois para julgar o mundo e os homens. Mas quem aceitar Jesus e O seguir, aprenderá a viver em comunhão com Deus, na obediência total aos seus projetos e na aceitação incondicional dos seus planos.

Na verdade, os critérios de Deus são bem estranhos, vistos de cá de baixo, com as lentes do mundo. Nós, homens, admiramos e incensamos os sábios, os inteligentes, os intelectuais, os ricos, os poderosos, os bonitos e queremos que sejam eles a dirigir o mundo, a fazer as leis que nos governam, a ditar a moda ou as idéias, a definir o que é correto ou não é correto. Mas Deus diz que as coisas essenciais são muito mais depressa percebidas pelo “pequeninos”: são eles que estão sempre disponíveis para acolher Deus e os seus valores e para arriscar nos desafios do “Reino”. Quantas vezes os pobres, os pequenos, os humildes são ridicularizados, tratados como incapazes, pelos nossos “iluminados” fazedores de opinião, que tudo sabem e que procuram impor ao mundo e aos outros as suas visões pessoais e os seus pseudo-valores. A Palavra de Deus ensina: a sabedoria e a inteligência não garantem a posse da verdade; o que garante a posse da verdade é ter um coração aberto a Deus e às suas propostas.

Como é que chegamos a Deus? Como percebemos o seu “rosto”? Como fazemos uma experiência íntima e profunda de Deus? É através da Filosofia? É através de um discurso racional coerente? É passando todo o tempo disponível na igreja a mudar as toalhas dos altares? O Evangelho responde: “conhecemos” Deus através de Jesus. Jesus é “o Filho” que “conhece” o Pai; só quem segue Jesus e procura viver como Ele pode chegar à comunhão com o Pai. Há católicos que, por serem Padres como eu, por terem feito catequese, por irem à missa ao domingo e por fazerem parte do conselho pastoral da paróquia, acham que conhecem Deus. Atenção: só “conhece” Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus no caminho da entrega a Deus e da doação da vida aos homens. É no seguimento de Jesus – e só aí – que nos tornamos “filhos” de Deus.
O Senhor disse que o Reino dos Céus é dos pequeninos. Na minha opinião uma das coisas mais lindas é a gente poder olhar e observar os bebês,as crianças como elas são alegres, puras, autênticas, agem naturalmente sem interesses, desconhecem o que é maldade. Quando sorriem e fazem graça nos encantam e trazem alegria para o nosso viver e no olhar, sorriso, gestos, atitudes de uma criança elas nos ensinam muito mais do que nosso conhecimento pensa saber. Quanta alegria nos traz um bebê quando nasce ficamos abobados e nos rendemos diante do encanto de tanta ternura. Humanamente impossível não nos emocionar diante da naturalidade de um ser tão pequenino mas, que ao mesmo tempo é tão grande em amor e ternura. No nascimento há esperança de que tudo pode ser diferente,renovado,transformado... Portanto que sejam sempre muito bem vindos os pequeninos na terra dos viventes porque o Reino do Céus já são deles assim como diz a palavra do Senhor. E que possamos recebê-los, amá-los, acarinhá-los, ensiná-los e permitir que eles nos ensinem a arte e o direito de ser criança em amor,carinho,verdade,cumplicidade... com respeito e com tudo que eles tem direito e merecem. E Viva as crianças ontem, hoje, amanhã e sempre com toda pureza de cada coraçãozinho. Pai, que a arrogância dos sábios e doutos jamais contamine meu coração. E, fazendo-me pequenino, que eu esteja em condições de acolher a tua revelação na pessoa do teu Filho Jesus Cristo.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Semana Missionária


O que é?
São os dias que antecedem a Jornada Mundial da Juventude (JMJ)

Quando?
De 17 à 20 de Julho de 2013

Onde?
No nosso caso, faremos a Pré Jornada em Campinas, ou seja, participaremos dos eventos e ficaremos responsáveis pela acolhida dos peregrinos que vêm para nossa cidade

Para que?
Assim como em sua origem na JMJ de Paris, em 1997, a Igreja promove estes encontros “antecipados” como um modo de:
evangelizar, acolher os peregrinos, motivar os jovens à participarem da JMJ, integração dos jovens de culturas diferentes, uma preparação para a Jornada

O que de fato acontece nesse período?
Teremos eventos possibilitando o encontro religioso, solidário, cultural, turístico entre os aproximadamente 2.500 jovens de diversas localidades, que serão acolhidos pela Arquidiocese de Campinas.
São 3 os objetivos básicos:
- Experiência de fé
- Experiência cultural
- Experiência de solidariedade

A partir desta quarta-feira (17/07), Campinas e cidades da região contam com eventos da Semana Missionária, que antecede as festividades da vinda do papa Francisco ao Rio de Janeiro, para Jornada Mundial da Juventude. Nos cinco dias de atividades, estrangeiros que estão região, participam de festas, encontros e reuniões preparados por paróquias e comunidades da Igreja Católica. Só em Campinas, quatro mil leitos foram disponibilizados para receber os turistas do exterior.

Escolas, universidades, salões paroquiais e casas de família são os alojamentos. A pedagoga Alice Miranda é uma das pessoas que se inscreveu para receber um peregrino. A francesa Marrie já está na residência de Alice, desde o sábado (13/07), tempo suficiente para que a campineira comemore a acolhida e comente a troca cultural entre elas. A alegria é compartilhada.

Ana Mucci também recebe um estrangeiro durante a Semana Missionária. No caso dela, o venezuelano Miguel. Esta não é a primeira vez que a família de Ana acolhe católicos para eventos da Igreja. Ela fala do significado da acolhida tem e da mensagem passada por Cristo.

Além das famílias que recebem os estrangeiros, outras instituições participam do recebimento. É o caso de colégios e da própria Pontifícia Universidade Católica de Campinas, que faz parte da Forania Coração de Maria, que reúne as paróquias da região leste do município. Nesta área serão acolhidos cerca de 400 peregrinos da Coreia do Sul e do Chile.

Durante toda a sexta-feira (19/07), atividades na Puc-Campinas serão voltadas a estes estrangeiros e também aos campineiros que vão participar da JMJ. Será rezada uma missa, além de atividades culturais e troca de experiência entre os participantes.

O padre João Batista, que é o coordenador da pastoral universitária, fala da importância do envolvimento de jovens em eventos como este. Ele destaca o momento histórico protagonizado pela juventude nas ruas de todo o país.

Para as atividades da Semana Missionária de Campinas, o papel das famílias acolhedoras e dos voluntários é de muita importância. Jefferson Silva que é o responsável pelo Comitê do evento na Arquidiocese de Campinas confirma esta necessidade. Durante os cinco dias de evento, as pessoas que quiserem ajudar podem procurar as paróquias.

O assessor de Comunicação da Arquidiocese de Campinas e padre da Igreja Santa Rita de Cássia, Rodrigo Flaibam, fala dos valores que são expressos pelas famílias e pelos voluntários das comunidades.

Oficialmente, a prefeitura de Campinas, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, apoia a Semana Missionária. Os consulados preparam um protocolo. Nove países assinaram o documento e terão representantes no município: Itália, França, Espanha, Haiti, Argentina e Coreia do Sul.

Outras cidades da região também recebem os peregrinos. É caso de Paulínia, Hortolândia, Indaiatuba e Vinhedo. Além das nacionalidades oficiais dos consulados, jovens da Polinésia Francesa, Canadá, Peru, Paraguai, Filipinas, Venezuela e Chile participam da preparação. Na semana que vem, eles vão até o Rio de Janeiro, onde Papa Francisco será recebido pelos fiéis.

sábado, 13 de julho de 2013

Fogo do Espirito Santo


Pergunta: "Em que sentido o Espírito Santo é como um fogo?"

Resposta: A Bíblia descreve Deus como "um fogo consumidor" (Hebreus 12:29), então não é surpreendente que o fogo apareça frequentemente como um símbolo da presença de Deus. Exemplos incluem a sarça ardente (Êxodo 3:2), a glória Shekinah (Êxodo 14:19; Números 9:14-15) e a visão de Ezequiel (Ezequiel 1:4). O fogo tem muitas vezes sido um instrumento do julgamento de Deus (Números 11:1, 3; 2 Reis 1:10, 12) e um sinal do Seu poder (Juízes 13:20; 1 Reis 18:38).

Por razões óbvias, o fogo era importante para os sacrifícios do Antigo Testamento. O fogo sobre o altar do holocausto era uma dádiva divina, tendo sido aceso originalmente pelo próprio Deus (Levítico 9:24). Deus encarregou os sacerdotes de manter o Seu fogo aceso (Levítico 6:13) e deixou claro que o fogo de qualquer outra fonte era inaceitável (Levítico 10:1-2).

No Novo Testamento, o altar pode servir como um retrato de nosso compromisso com o Senhor. Como crentes em Jesus Cristo, somos chamados a oferecer nossos corpos como um "sacrifício vivo" (Romanos 12:1) rodeados pelo dom divino: o fogo inextinguível do Espírito Santo. No início do Novo Testamento, o Espírito Santo é associado com o fogo. João Batista acredita que Jesus vai ser o único que "batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mateus 3:11). Quando o Espírito Santo começou o Seu ministério da habitação da igreja primitiva, Ele escolheu aparecer como "línguas de fogo" descansando em cada um dos crentes. Naquele momento, "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava" (Atos 2:3-4).

O fogo é uma figura maravilhosa da obra do Espírito Santo. O Espírito é como um fogo em pelo menos três maneiras: Ele traz a presença de Deus, a paixão de Deus e a pureza de Deus. O Espírito Santo é a presença de Deus por habitar no coração do crente (Romanos 8:9). No Antigo Testamento, Deus mostrou a Sua presença aos israelitas quando inundou o tabernáculo com fogo (Números 9:14-15). Esta presença ardente fornecia luz e orientação (Números 9:17-23). No Novo Testamento, Deus guia e conforta os Seus filhos com o Espírito Santo habitando em nossos corpos -- o "tabernáculo" e o "templo do Deus vivo" (2 Coríntios 5:1; 6:16).

O Espírito Santo cria a paixão de Deus em nossos corações. Depois que os dois discípulos viajantes conversaram com o Jesus ressurreto, eles descreveram seus corações como "ardendo dentro de nós" (Lucas 24:32). Depois que os apóstolos receberam o Espírito em Pentecostes, eles passaram a ter uma paixão que dura uma vida e impele-os a proclamar a palavra de Deus com ousadia (Atos 4:31).

O Espírito Santo produz a pureza de Deus em nossas vidas. O propósito de Deus é nos purificar (Tito 2:14) e o Espírito é o agente da nossa santificação (1 Coríntios 6:11, 2 Tessalonicenses 2:13, 1 Pedro 1:2). Como o artesão usa o fogo para limpar as impurezas do metal precioso, assim também Deus usa o Espírito para remover os nossos pecados (Salmo 66:10, Provérbios 17:3). O Seu fogo limpa e refina.




segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nossa Senhora das Graças


Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é uma invocação especial pela qual é conhecida a Virgem Maria, também invocada com a mesma intenção sob o nome de Nossa Senhora das Graças e Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças.
Precede as aparições em La Salette, Lourdes e Fátima.
Esta invocação está relacionada a duas aparições da Virgem a Santa Catarina Labouré, então uma noviça das Irmãs da Caridade em Paris, França, no século XIX.
A primeira aparição aconteceu na noite da festa de São Vicente de Paulo, 19 de Julho, quando a Madre Superiora de Catarina pregou às noviças sobre as virtudes de seu santo fundador, dando a cada uma um fragmento de sua sobrepeliz. Catarina então orou devotamente ao santo patrono para que ela pudesse ver com seus próprios olhos a Mãe de Deus, e convenceu-se de que seria atendida naquela mesma noite.
Indo ao leito, adormeceu, e antes que tivesse passado muito tempo foi despertada por uma luz brilhante e uma voz infantil que dizia: "Irmã Labouré, vem à capela; Santa Maria te aguarda". Mas ela replicou: "Seremos descobertas!". A voz angélica respondeu: "Não te preocupes, já é tarde, todos dormem... vem, estou à tua espera". Catarina então levantou-se depressa e dirigiu-se à capela, que estava aberta e toda iluminada. Ajoelhou-se junto ao altar e logo viu a Virgem sentada na cadeira da superiora, rodeada por um esplendor de luz. A voz continuou: "A santíssima Maria deseja falar-te". Catarina adiantou-se e ajoelhou-se aos pés da Virgem, colocando suas mãos sobre seu regaço, e Maria lhe disse:
"Deus deseja te encarregar de uma missão. Tu encontrarás oposição, mas não temas, terás a graça de poder fazer todo o necessário. Conta tudo a teu confessor. Os tempos estão difíceis para a França e para o mundo. Vai ao pé do altar, graças serão derramadas sobre todos, grandes e pequenos, e especialmente sobre os que as buscarem. Terás a proteção de Deus e de São Vicente, e meus olhos estarão sempre sobre ti. Haverá muitas perseguições, a cruz será tratada com desprezo, será derrubada e o sangue correrá". Depois de falar por mais algum tempo, a Virgem desapareceu. Guiada pelo anjinho, Catarina deixou a capela e voltou para sua cela.
Catarina continuou sua rotina junto das Irmãs da Caridade até o Advento. Em 27 de novembro de 1830, no final da tarde, Catarina dirigiu-se à capela com as outras irmãs para as orações vespertinas. Erguendo seus olhos para o altar, ela viu novamente a Virgem sobre um grande globo, segurando um globo menor onde estava inscrita a palavra "França". Ela explicou que o globo simbolizava todo o mundo, mas especialmente a França, e os tempos seriam duros para os pobres e para os refugiados das muitas guerras da época.
Então a visão modificou-se e Maria apareceu com os braços estendidos e dedos ornados por anéis que irradiavam luz e rodeada por uma frase que dizia: "Oh Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós". Desta vez a Virgem deu instruções diretas: "Faz cunhar uma medalha onde apareça minha imagem como a vês agora. Todos os que a usarem receberão grandes graças". Catarina perguntou por que alguns anéis não irradiavam luz, e soube que era pelas graças que não eram pedidas. Então Maria voltou-lhe as costas e mostrou como deveria ser o desenho a ser impresso no verso da medalha. Catarina também perguntou como deveria proceder para que a ordem fosse cumprida. A Virgem disse que ela procurasse a ajuda de seu confessor, o padre Jean Marie Aladel.
De início o padre Jean não acreditou no que Catarina lhe contou, mas depois de dois anos de cuidadosa observação do proceder de Catarina ele finalmente dirigiu-se ao arcebispo, que ordenou a cunhagem de duas mil medalhas, ocorrida em 20 de junho de 1832. Desde então a devoção a esta medalha, sob a invocação de Santa Maria da Medalha Milagrosa, não cessou de crescer. Catarina nunca divulgou as aparições, salvo pouco antes da morte, autorizada pela própria Maria Imaculada.
A própria medalha contém as palavras por que a Santa Mãe de Deus quis ser invocada:
Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós.
Essa inscrição já sintetiza boa parte da mensagem que a Virgem Mãe revelou: a Imaculada Conceição, pela primeira vez objeto de revelação particular, em 1858 ratificada em Lurdes, e transformada em dogma pelo Papa Pio IX, com a bula Ineffabilis Deus, e a mediação da Mãe de Deus junto ao seu Divino Filho. Usar essa invocação, portanto, significa acreditar que a Virgem das virgens é a Medianeira imaculada. A maior imagem de Nossa Senhora das Graças está situada em Irati-PR-Brasil,e possui 22 metros de altura.
Simbolismo da Medalha Milagrosa
A serpente: Maria aparece esmagando a cabeça da serpente. A mulher que esmaga a cabeça da serpente, que é o demônio, já estava predita na Bíblia, no livro do Gênesis: "Porei inimizade entre ti e a mulher... Ela te esmagará a cabeça e tu procurarás, em vão, morder-lhe o calcanhar". Deus declara iniciada a luta entre o bem e o mal. Essa luta é vencida por Jesus Cristo, o "novo Adão", juntamente com Maria, a co-redentora, a "nova Eva". É em Maria que se cumpre essa sentença de Deus: a mulher finalmente esmaga a cabeça da serpente, para que não mais a morte pudesse escravizar os homens.
Os raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos. A Santa Igreja, por isso, a chama Tesoureira de Deus.
As 12 estrelas: Simbolizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é saudada como "Estrela do Mar" na oração Ave, Stella Maris.
O coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou em seu ventre. Nosso Senhor prometeu a Santa Margarida Maria Alacoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor.
O coração transpassado por uma espada: É o Imaculado Coração de Maria, inseparável ao de Jesus: mesmo nas horas difíceis de Sua Paixão e Morte na Cruz, Ela estava lá, compartilhando da Sua dor, sendo a nossa co-redentora.
O M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz, que representam o calvário. Essa simbologia indica a íntima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.
O travessão e a Cruz: Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica, a Santa Missa é a perpetuação do sacrifício do Calvário, portanto, ressaltam a importância do Sacrifício Eucarístico na vida do cristão.




Jesus Cristo é nosso amigo


Existem pessoas que se orgulham do fato de possuírem muitos amigos.
Outros há que se queixam de serem mui escassos os amigos que acumularam.
Inúmeras pessoas não conseguem estabelecer uma sábia distinção entre amigos e amigos.
A maioria dos estudantes confunde amigo com colega.
Os viajantes, em geral, chamam de amigos aqueles que são apenas companheiros.
Somente uma pessoa na Bíblia é chamada literalmente de amigo de Deus: Abraão.
***
Existem amigos verdadeiros (Rt 1.16; Mt 11.19), amigos falsos  (II Sm 3.27; 20.9,10) e amigos espirituais, Jo 15.14.
Existem amigos que ajudam espontaneamente; há os que somente aparecem em dias festivos; não podem ser esquecidos  os que procuram tirar partido de suas amizades.
Os doze seguidores de Jesus foram chamados a principio de discípulos, mais tarde de servos e, finalmente, de amigos, Jo 15.15.
Há amigos que honram e amigos que decepcionam.
Há amigos que aconselham para a perdição, como Amnon, II Sm 13.
Há amigos que ajudam anonimamente e amigos que alardeiam seus gestos de amizade.
Existem amigos que não nos compreendem e com grande facilidade estão prontos a nos torturar. Tal foi a experiência de Jô com seus amigos.
“Existe um amigo mais chegado que um irmão”.
Davi teve o privilégio de obter bons amigos, pois ele mesmo soube ser amigo e a semente que plantou resultou em preciosa colheita. Mas ele também conheceu amigos traidores.
A grandeza e a nobreza de seus bons amigos superaram a deslealdade de seus falsos amigos, bem como de seus inimigos.
Os discípulos não se esforçaram por demonstrar sua amizade pelo Mestre enquanto Ele aqui esteve, mas foram Seus amigos fiéis, após o Dia de Pentecostes.
Davi foi a única pessoa em toda a Bíblia que expressou com palavras transparentes seu grande amor a Deus, Sl 18.1; 116.1, etc.
***
É menos sacrificial ser inimigo que ser um bom amigo.
Custa muito ser um amigo. Custa muitíssimo ser um amigo fiel. Custa um preço elevadíssimo ser amigo até a morte.
Além de ser Mestre e Senhor, Jesus foi amigo de Seus discípulos.
Foi amigo de verdade, modelar, incansável, perdoador.
“Como havia amado os Seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”, Jo 13.5.
Amigos verdadeiros estão dispostos a tudo. O paralítico de Mateus 9 foi curado por Jesus como resultado de um nobre e esforçado gesto de 4 amigos.
Nossa amizade com as outras pessoas pode ser relativa, mas com Cristo precisa ser absoluta.
É mais fácil sermos amigos dos nossos irmãos quando amamos integralmente a Deus.
O irmão do filho pródigo era seu irmão, mas não seu amigo. Amigo genuíno foi o seu pai, que jamais lançou em rosto os seus muitos desacertos.
***
Um dos mais belos hinos de todos os tempos começa assim: Quão bondoso amigo é Cristo....
Certamente os mais difíceis momentos na vida de qualquer pessoa são aqueles nos quais lhe faltam amigos. Esta era a rotina de vida do paralítico de Betesda, Jo 5. Ele se queixou para Jesus da falta de amigos.
Quantos são os teus amigos?
E quantos amigos tens feito?
Há amigos que são como cometas: desaparecem tão rapidamente como apareceram.
Verdadeiras amizades são construídas ao longo do tempo.
Amizades frugais não merecem ser rotuladas de amizade. As verdadeiras são duradouras, sólidas e consistentes.
Verdadeiros amigos mostram compaixão, Jó 6.14ª.
A palavra amigo e suas variantes (amigos, amiga, amigas) aparece cerca de 114 vezes no texto bíblico. Talvez isto sugira que não é tão fácil ter amigos quanto possa parecer à primeira vista.
Amigos verdadeiros mantêm diálogos de intimidade, de sinceridade e de profundidade.
Está escrito em Ex 33.11 que Deus falava com Moisés face a face como quem fala com o seu amigo.
Não existem segredos que não possam revelados, analisados ou discutidos entre amigos.
E os amigos leais jamais compartilham com outros os segredos de seu amigo. Isto tem que ver com a própria glória de Deus, visto que a glória de Deus é encobrir o segredo e a dos reis é tudo investigar
Amigos verdadeiros não bajulam; aconselham. Não mentem; falam a verdade. Não fingem; são transparentes. Não fogem; permanecem ao lado.
Permita o Senhor que tenhamos muitos e bons amigos, tais como preconiza a Palavra de Deus:
Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce o irmão. Pv 17.17,
Sejamos sempre gratos ao Senhor Jesus Cristo, que Se fez o nosso melhor amigo e o será por toda a eternidade.
Por que posso afirmar que Jesus é nosso verdadeiro amigo?
1. Ele é amigo permanente
2. Ele é amigo pessoal
3. Ele é amigo divino
4. Ele é amigo fiel
5. Ele é amigo de toda a família
6. Ele é amigo até dos pecadores
7. Ele é amigo eterno



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