Maria, também conhecida como Maria de Nazaré, Santa Maria, Mãe Maria, Virgem Maria, Nossa Senhora, Santíssima Virgem Maria, Theotokos, Maria, Mãe de Deus e, no Islã, como Maria, Mãe de Isa, foi uma mulher israelita de Nazaré, Galiléia, que viveu no final do século 1 a.C. e início do século 1 d.C., é considerada pelos cristãos como a primeira adepta ao cristianismo. Ela é identificada no Novo Testamento e no Alcorão como a mãe de Jesus através da intervenção divina (Mateus 1:16-25, Lucas 1:26-56, Lucas 2:1-7). Jesus é visto como o messias — o Cristo — em ambas as tradições, dando origem ao nome comum de Jesus Cristo.
Os evangelhos canônicos de São Mateus e São Lucas descrevem Maria como uma virgem (grego: παρθένος, parthenos). Tradicionalmente, os cristãos acreditam que ela concebeu seu filho milagrosamente pela ação do Espírito Santo. Os muçulmanos acreditam que ela concebeu pelo comando de Deus. Isso ocorreu quando ela estava noiva de José e aguardava o rito do casamento, que tornaria a união formal. Ela se casou com José e o acompanhou a Belém, onde Jesus nasceu. De acordo com o costume judaico, o noivado teria ocorrido quando ela tinha cerca de 12 anos, o nascimento de Jesus aconteceu cerca de um ano depois.
O Novo Testamento começa o seu relato da vida de Maria com a anunciação, quando o anjo Gabriel apareceu a ela anunciando que Deus a escolheu para ser a mãe de Jesus. A tradição da Igreja e os escritos apócrifos afirmam que os pais de Maria eram um casal de idosos, São Joaquim e Santa Ana.
A Bíblia registra o papel de Maria em eventos importantes da vida de Jesus, desde o seu nascimento até a sua ascensão. Escritos apócrifos falam de sua morte e posterior assunção ao céu.
Os cristãos da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa, da Igreja Ortodoxa Oriental, da Igreja Anglicana e da Igreja Luterana acreditam que Maria, como mãe de Jesus, é a Mãe de Deus (Μήτηρ Θεοῦ) e a Theotokos, literalmente Portadora de Deus. Maria foi venerada desde o início do cristianismo. Ao longo dos séculos ela tem sido um dos assuntos favoritos da arte, da música e da literatura cristã.
Há uma diversidade significativa nas crenças e práticas devocionais marianas entre as grandes tradições cristãs. A Igreja Católica tem uma série de dogmas marianos, como a Imaculada Conceição de Maria e Assunção de Maria. Os católicos se referem a ela como Nossa Senhora e a veneram como a Rainha do Céu e Mãe da Igreja, porém, a maioria dos protestantes não compartilham dessas crenças. Muitos protestantes vêem um papel mínimo de Maria dentro do Cristianismo, com base nas poucas referências bíblicas.
Bom, o fundamento da devoção (dito de outra forma da piedade) para com Maria encontra-se nos próprios Evangelhos. Ao lê-los com atenção, apercebemo-nos de que a Virgem de Nazaré está continuamente presente neles, embora através de uma presença velada e retirada; Em compensação, nos momentos decisivos e cruciais da vida do seu Filho Jesus, o Verbo de Deus, o papel de Maria é bastante explicitamente narrado pelos Evangelhos.
É por isso que os cristãos católicos e ortodoxos não são os únicos a honrar a Mãe de Jesus : todos aqueles que reconhecem a Bíblia como um texto sagrado e fundador, votam-lhe respeito e honra. É evidente que este respeito para com a Mãe de Deus toma uma força e uma dimensão particular na Igreja, que desde a aurora da sua fé em Cristo ora a sua Mãe com as próprias palavras do anjo Gabriel nas escrituras, as do "Ave Maria", universalmente conhecido e recitado pelos cristãos, à volta de toda a terra ! O terço (e o seu desenvolvimento em rosário), o Magnificat, tanto como as grandes orações de louvor e os hinos, tal como o hino Acatista, são as formas de oração mais antigas do património universal da piedade mariana na Igreja.
Aliás, esse tesouro de piedade exprime-se na Igreja universal através de múltiplas formas : as novenas a Maria, os objectos piedosos (estátuas, imagens e outras dezenas), os períodos da semana, ou do calendário litúrgico, os lugares (capelas, santuários, basílicas ou catedrais) que são dedicadas à Virgem e mesmo as consagrações à sua pessoa propostas pelas diversas famílias espirituais que a escolheram para modelo de vida ao longo da história da cristandade, mostram suficientemente a que ponto a devoção a Maria está ligada à vida espiritual da Igreja. Assiste-se mesmo desde o concílio Vaticano II a uma renovação da piedade para com Maria. Lembremos de passagem que foi precisamente durante o Concílio, no dia 21 de Novembro de 1964, que o papa Paulo VI proclamou magistralmente Maria, "Mãe da Igreja".
Do mesmo modo, o Vaticano II confirmou a importância da devoção popular ao confirmar a legitimidade das imagens sagradas de Cristo, da Virgem e dos santos, face a certas tendências que visavam eliminá-las dos santuários. Pois a piedade e a devoção à Virgem não dependem de um sentimentalismo mas sim de um amor Àquela que é Mãe e modelo para conduzir os homens, seus filhos, ao encontro de Cristo. A piedade filial para com a Mãe de Jesus suscita no cristão, observa o papa João Paulo II, "a firme decisão de imitar as suas virtudes".
São Bernardo, doutor da Igreja, disse que "Deus quis que recebêssemos tudo por Maria". De fato, por ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida, o papel preponderante da Santíssima Virgem na vida da Igreja é o de Mãe.
A Igreja, como o Cristo, nasce no seu regaço:
“Todos unidos pelo mesmo sentimento, entregavam-se assiduamente à oração, em companhia de algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus e de Seus irmãos” (At 1,14).
Neste quadro de Pentecostes São Lucas destaca a pessoa de Nossa Senhora, a única que é recordada com o próprio nome, além dos apóstolos. Ela promove, na Igreja nascente, a perseverança na oração e a concórdia no amor. É o papel de mulher e de Mãe. São Lucas também faz questão de apresentá-la explicitamente como “a mãe de Jesus” (cf. At 1,14), de forma a dizer que algo da presença do Filho, que subiu ao céu, permanece na presença da Mãe. Ela, que cuidou de Jesus, passa agora a cuidar da Igreja, o Corpo Místico do Seu Filho. Desde o começo a Virgem Maria exerce o seu papel de “Mãe da Igreja".
Com essas palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis aí o teu filho" (Jo 19, 26), Cristo lhe dá a função de Mãe universal dos crentes. Entregando-a ao discípulo amado como Mãe, Nosso Senhor Jesus Cristo quis também indicar-nos o exemplo de vida cristã a ser imitado. Se Cristo no-la deu aos pés da Cruz, é porque precisamos dela para a nossa salvação. Não foi à toa que o Resssuscitado nos deu a Sua Mãe...
Esta missão materna e universal da Santíssima Virgem Maria aparece na sua preocupação para com todos os cristãos, de todos os tempos. Sem cessar ela socorre a Igreja e os seus filhos. Os cristãos a invocam como “Auxiliadora”, reconhecendo-lhe o amor materno que socorre os seus filhos, sobretudo quando está em jogo a salvação eterna. A convicção de que Nossa Senhora está próxima dos que sofrem ou se encontram em perigo levou os fiéis a invocá-la como “Socorro”. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro!
A mesma confiante certeza é expressa pela mais antiga oração mariana, do século II, na época das perseguições romanas, com as palavras: “Sob a vossa proteção recorremos a vós, Santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós que estamos na prova, e livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!” (Do Breviário Romano).
Na sua peregrinação terrena, a Igreja experimenta continuamente a eficácia da ação da “Mãe na ordem da graça”. Ela tem um lugar especial no coração de cada filho. Não é um sentimento superficial, mas afetivo, real, consciente, vivo, arraigado e que impele os cristãos de ontem e de hoje a recorrerem sempre a ela, para entrarem em comunhão mais íntima com Cristo.
Vejam um vídeo sobre o assunto:
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