domingo, 18 de agosto de 2013

Assunção de Nossa Senhora


A solenidade da Assunção da Mãe de Deus é. Em primeiro lugar, a festa da vitória de Deus e do seu Cristo sobre o mal e a morte. Deus é o Senhor da vida “Por um só homem, a morte entrou no mundo, também por um só homem vem à ressurreição dos mortos. Assim como todos morrem em Adão, em Cristo, todos receberão a vida”, conforme diz São Paulo aos Coríntios.

A festa da Assunção da Mãe de Deus é a festa da Páscoa do ser humano, da participação da nossa humanidade na Páscoa de Cristo.

O trecho do livro do Apocalipse é uma visão uma revelação de um grande sinal. Como se trata de um sinal, ele precisa ser interpretado e bem compreendido. Este sinal é o da Igreja triunfante, na eternidade, vitoriosa, iluminada com a luz do Cristo ressuscitado (“lua debaixo dos pés, coroa com doze estrelas, vestida com o sol”), pronta para dar à luz, a Igreja fiel ao seu Senhor, gera, pela fé, novos filhos. É ameaçada pelo Dragão e protegida. Ela e seu Filho. Essa imagem não foi aplicada imediatamente a Maria, somente mais tarde e como fruto do amadurecimento da fé da Igreja na ressurreição de Jesus Cristo.

A Mãe de Deus é modelo do discípulo que, não obstante a perseguição e o sofrimento, guará fielmente a palavra de Cristo.

O texto do Apocalipse tem como finalidade manter viva a esperança da Igreja peregrina e sustentar o seu testemunho. A Mãe do Senhor é ícone da Igreja.

O dogma da Assunção, defendido em 1950 pelo Papa Pio XII, afirma que Maria foi “elevada à glória celeste”. Não se afirma uma nova localização, mas a transfiguração do corpo e a passagem de sua condição terrestre para a condição gloriosa da totalidade de sua pessoa (= corpo e alma).

Maria foi levada por Deus, em corpo e alma, para os Céus. Há alegria entre os anjos e os homens. Qual a razão desta satisfação íntima que descobrimos hoje, com o coração que parece querer saltar dentro do peito e a alma cheia de paz? Celebramos a glorificação da nossa Mãe e é natural que nós, seus filhos, sintamos um júbilo especial ao ver como é honrada pela Trindade Beatíssima.

Todos somos seus filhos; ela é Mãe de toda a Humanidade. E agora, a Humanidade comemora a sua inefável Assunção: Maria sobe aos céus, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo. Mais do que Ela, só Deus.

Se Deus quis, por um lado exaltar a sua Mãe, por outro, durante a sua vida terrena, não foram poupados a Maria a experiência da dor, nem o cansaço do trabalho, nem o claro-escuro da fé. Àquela mulher do povo, que, certo dia, irrompe em louvores a Jesus, exclamando Bem aventurado o ventre que te trouxe e os peitos a que foste amamentado, o Senhor responde: Antes bem aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus, e a põem em prática. Era o elogio da sua Mãe, do seu fiat, do faça-se, sincero, entregue, cumprido até às últimas consequências, que não se manifestou em ações aparatosas, mas no sacrifício escondido e silencioso de cada dia.

Para sermos divinos, para nos "endeusarmos", temos de começar por ser muito humanos, vivendo face a Deus dentro da nossa condição de homens correntes, santificando esta aparente pequenez. Assim viveu Maria. A cheia de graça, a que é objeto das complacências de Deus, a que está acima dos anjos e dos santos teve uma existência normal. Maria é uma criatura como nós, com um coração como o nosso capaz de gozo e de alegrias, de sofrimento e de lágrimas. Antes de Gabriel lhe comunicar o querer de Deus, não sabe que tinha sido escolhida desde toda a eternidade para ser Mãe do Messias. Considera-se a si mesma cheia de baixeza; por isso, reconhece logo, com profunda humildade, que fez em mim grandes coisas Aquele que é Todo-poderoso.

Servi ao Senhor com alegria. Não há outro modo de servi-Lo, Deus ama quem dá com alegria, quem se entrega totalmente num sacrifício gostoso porque não há motivo algum que justifique o desânimo!

Talvez julgueis que este otimismo é excessivo, porque todos os homens conhecem as suas insuficiências e os seus fracassos, experimentam o sofrimento, o cansaço, a ingratidão, talvez até o ódio. Nós, os cristãos, se somos iguais aos outros, como poderemos estar livres dessas constantes da condição humaniza?

A festa da Assunção de Nossa Senhora apresenta-nos a realidade dessa feliz esperança. Somos ainda peregrinos, mas a Nossa Mãe precedeu-nos e aponta-nos já o termo do caminho. Repete-nos que é possível lá chegar e que, se formos fiéis, lá chegaremos, pois a Santíssima Virgem não é só nosso exemplo, mas também auxílio dos cristãos. E perante a nossa petição - Monstra te esse Matrem mostra que és Mãe - não pode nem quer negar-se a cuidar dos seus filhos com solicitude maternal.
A festa da Assunção é a festa do destino do ser humano, destinado à plenitude da felicidade, isto é, à “glória celeste”.

A vida de Maria. Como a nossa vida, não se encerra nos limites desta história, mas tende plenamente para Deus, por quem ela é atraída desde sua concepção.

A Assunção de Maria é sinal concreto de esperança para todo o gênero humano; é sinal da dignidade presente e futura do homem criado e redimido por Deus.

Hoje, em união com a Igreja, celebramos o triunfo da Mãe, Filha e Esposa de Deus. E estamos alegres porque Maria, depois de acompanhar Jesus desde Belém até à Cruz, está junto dele em corpo e alma, gozando da sua glória por toda a eternidade.

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